Atlas Eólico destaca potencial do ES para atrair investidores em energia renovável

Todo esse grande potencial eólico em alto-mar se concentra, principalmente, no litoral Sul do Espírito Santo

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 30/08/2022 às 10h47

Energia eólica, pá eólica, geração de energia através dos ventos. Crédito: Pexels

O litoral do Espírito Santo tem potencial para transformar vento em mais de 160 mil gigawatts por ano. A título de comparação, o Brasil consumiu, de energia eólica, em 2021, cerca de 500 mil GW. A previsão é do Atlas Eólico Onshore e Offshore do Espírito Santo lançado recentemente. Estima-se que a produção de energia em terra venha a atingir os 18.307 GW; e a no mar, 142.080 GW. Assim, como comparação, o consumo de energia eólica no país, no ano passado, foi de 500 mil GW. Ou seja, a capacidade de produção do Estado equivale a um terço do consumo brasileiro anual, atualmente.

Em entrevista à CBN Vitória, o secretário de Estado de Inovação e Desenvolvimento, Ricardo Pessanha, detalha os principais indicadores. O estudo foi realizado a partir de um Acordo de Cooperação Técnica assinado pelo governo do Estado com a Embaixada da Alemanha.

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Todo esse grande potencial eólico em alto-mar se concentra, principalmente, no litoral Sul do Espírito Santo, na região que vai de Vila Velha a Presidente Kennedy, passando por Guarapari, Anchieta, Piúma, Itapemirim e Marataízes. Nesses locais, a força dos ventos pode passar dos 11 m/s (a 200 metros de altura).

No Litoral Norte, de Aracruz a São Mateus, incluindo Vitória, Serra e Fundão, na Grande Vitória, o potencial eólico no mar também existe. A força dos ventos, porém, é um pouco menor, indo de 8 a 10,4 m/s.

Atualmente existem no litoral do Espírito Santo quatro projetos com solicitação de licença ambiental junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e aguardam uma definição. São eles: Votu Winds, Vitória Offshore, Quesnelia e Projeto Ubu.

Quando se trata do vento em terra, uma parte das regiões Serrana e do Caparaó também mostra potencial para explorar essa energia renovável. O Atlas destaca a força dos ventos em Marechal Floriano, Venda Nova do Imigrante e em parte de Conceição do Castelo, Ibatiba, Iúna, Ibitirama, Brejetuba, Domingos Martins, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina, Santa Teresa e Afonso Cláudio. Essa capacidade também é verificada em Cariacica e Viana, na Grande Vitória.

Nas regiões Norte e Noroeste, também há cidades com bom potencial eólico. São os casos de Mantenópolis, Alto Rio Novo e Governador Lindenberg, além de parte de Ibiraçu, João Neiva, Pancas, Ecoporanga, Rio Bananal e Pedro Canário.

O Atlas Eólico serve de fonte de informações técnicas e estratégias para atrair investidores na produção de energia a partir da força dos ventos. Além da importância por ser uma fonte de energia renovável, a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica) estima que, para cada megawatt de energia eólica instalado, 15 empregos diretos e indiretos sejam criados. Vale destacar que cada gigawatt (GW) corresponde a mil megawatts.

Com base nisso, a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) estima que, até 2026, a cadeia eólica será capaz de gerar cerca de 200 mil novos empregos diretos e indiretos no Brasil.

"Esse é um primeiro passo para que possamos ver quais são as potencialidades e as oportunidades do Espírito Santo. Depois desse levantamento de dados e informações, teremos que operacionalizar, usar esses dados, para fazer do Espírito Santo um provedor importante dessa fonte de energia”, ressaltou gestora de programas da Delegação da União Europeia no Brasil, Stephanie Horel.

[fonte: A Gazeta]