'Podemos iniciar a sexta maior extinção das espécies até o final do século', alerta Carlos Nobre

Ouça entrevista com o pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP)

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 26/06/2024 às 11h16

Carlos Nobre: "É papel da ciência expor todos os riscos que corremos". Crédito: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações

Rios transbordando, altos volumes de chuva, secas rigorosas, rajadas de ventos intensas e ondas de calor contínuas são alguns dos cenários de extremos climáticos que têm causado estragos pelo Brasil e pelo mundo nos últimos tempos. Fenômenos como esses afetam não somente as sociedades, mas também colocam em risco ecossistemas inteiros. Devido à gravidade do cenário, especialistas avaliam se o estado atual das mudanças climáticas possui volta ou não. Em entrevista à CBN Vitória, o pesquisador do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo (USP), Carlos Nobre, fala sobre o assunto. “Nós estamos vivendo uma emergência climática porque tivemos 2023 e 2024 como os anos mais quentes de milhares de anos, com recordes de eventos climáticos extremos, como o que aconteceu no Rio Grande do Sul e todos os que estão acontecendo no mundo inteiro. Temos que tomar ações muito mais eficientes para reduzir esse risco que é, por um lado, acelerar a redução da emissão dos gases de efeito estufa, muito mais do que foi colocado nas convenções climáticas”, disse. 

E vai o alerta: "Nunca o planeta viveu um risco tão grande, se não conseguirmos manter a temperatura abaixo de 1,5 graus. Podemos iniciar a sexta maior extinção de espécies até o final do século". Carlos Nobre também alertou para o aumento do nível dos oceanos e como isso pode impactar cidades litorâneas, como na Grande Vitória. 'Milhões de pessoas terão que se mudar por conta do aumento do nível do mar'. 

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