Congo pode se tornar Patrimônio Cultural do Brasil

Ouça entrevista com o superintendente do Iphan no Espírito Santo, Joubert Filho

Vitória / Rede Gazeta
Publicado em 27/06/2024 às 11h46
Aniversário de Cariacica
Carnaval de Congo de Máscaras. Crédito: Fernando Madeira

Nesta quarta-feira (26), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) recebeu o pedido de registro do Congo como Patrimônio Cultural do Brasil. As iniciativas para o reconhecimento do Congo como Patrimônio Cultural do Brasil começaram em 2014. O processo teve início com um levantamento preliminar das referências culturais do Congo, buscando documentar e valorizar essa tradição tão significativa para a população capixaba. Para estruturar o pedido de registro, a equipe técnica do Iphan-ES firmou um Termo de Execução Descentralizada com a Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). A instituição produziu materiais audiovisuais e um dossiê detalhado sobre o Congo, concluído em 2021 e apresentado aos detentores dos saberes dessa tradição em um seminário de devolutivas. Em entrevista à CBN Vitória, o superintendente do Iphan no Espírito Santo, Joubert Filho, fala sobre o assunto. Ouça a conversa completa!

Em 2024, o movimento ganhou novo fôlego, com a realização de reuniões de mobilização. A partir dessas reuniões, foram compiladas informações sobre as memórias e práticas associadas ao Congo, além de uma declaração de anuência para a formalização do pedido oficial de reconhecimento

“A entrega do pedido de registro do Congo é uma primeira etapa e vamos seguir avançando nas próximas. No Espírito Santo, o primeiro patrimônio de característica imaterial registrado como Patrimônio Cultural do Brasil foi o Ofício das Paneleiras de Goiabeiras. Isso foi simbólico e trouxe para o Iphan-ES uma expertise na construção desses processos”, avalia o superintendente Joubert Filho

O Congo Capixaba

O Congo é uma manifestação cultural e religiosa associada à devoção dos escravizados sobreviventes do naufrágio de um navio negreiro em Nova Almeida, no município de Serra (ES), a São Benedito, a quem foi atribuído o milagre. Ao som de instrumentos como o tambor de congo e a casaca, os congueiros cantam tradicionais toadas, que fazem referências, entre outros assuntos, à escravidão, ao amor, ao mar e aos santos de devoção popular, como Nossa Senhora da Penha, padroeira do estado.

[fonte: Iphan-ES]