Professor descobre que criança de 5 anos era abusada pelo padrasto
Em uma aula de artes, o menino teve uma atitude que não é comum e isso despertou suspeitas no professor
Um caso de abuso sexual contra uma criança de cinco anos foi identificado por um professor após ele notar um comportamento estranho no menino, que estava sendo violentado pelo padastro dentro de casa, segundo investigações da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). O homem foi preso no início de outubro quando roubava passageiros de um ônibus em Cariacica.
Em uma aula de artes, o menino teve uma atitude que não é comum e isso despertou suspeitas no professor, que comunicou o fato para a direção da escola. O aluno então foi encaminhado para uma psicóloga e relatou os abusos que sofria do padastro. Um laudo do Departamento Médico Legal (DML) confirmou que o crime aconteceu.
O delegado titular da DPCA, Lorenzo Pasolini, destaca que é importante ter atenção às atitudes das crianças. “Obviamente que a obrigação inicial de observar é dos pais, mas nesse caso, como a mãe era omissa, o professor estava bastante atento e, sobretudo, acolheu essa vítima, possibilitando que ela narrasse os fatos, sentisse segurança e gerasse uma prova apta para a condenação do acusado”, disse.
O suspeito foi preso no dia 8 de outubro, após fazer um arrastão em um ônibus. Ele já tinha um mandado de prisão em aberto pelo abuso do enteado. O caso foi descoberto na escola em julho deste ano. Em agosto, o homem foi obrigado pela Justiça a deixar a casa em que morava com a mãe do garoto. Depois disso, de acordo com as investigações da Polícia Civil, o homem chegou a arranhar o pescoço da vítima com uma faca para ameaçá-lo.
O padastro, que tem 36 anos, já passou cerca de quatro anos na cadeia por crimes como furto, roubo e tráfico de drogas. Atualmente, ele morava na Serra com a vítima, a mulher e um filho de seis meses que tem com ela. O homem é pai de oito filhos, no total.
O acusado era vendedor ambulante de amendoim nos bairros Jardim da Penha e Jardim Camburi, em Vitória. Como a mãe é uma auxiliar de serviços gerais que trabalha em regime de escalas, o padastro se aproveitava dos momentos em que ela não estava em casa para abusar da criança.
A Polícia Civil também investiga a mãe por omissão. Em depoimento, ela disse que não há provas de que o menino sofria abusos, mesmo depois de o laudo do DML comprovar que a criança foi molestada. O padastro vai responder por estupro de vulnerável. Ele nega todas as acusações.